No dia 27 de Outubro fomos à Biblioteca Municipal conhecer melhor um autor do qual apenas tínhamos lido duas obras (“Pinok e Baleote” e “Dacoli e dacolá”). Miguel Horta respondeu com simpatia à nossa curiosidade que era grande (as perguntas eram muitas…) Fica aqui no nosso blogue um excerto da entrevista que os alunos do 6ºA e 6ºB lhe fizeram:
1 – Miguel Horta é o seu verdadeiro nome ou é um pseudónimo?
É mesmo o meu nome verdadeiro: Horta, de hortaliça...
2 – Nasceu em Cabo Verde ou tem ligações a esta terra? Onde aprendeu crioulo?
Desde a minha ida à Republica de Cabo Verde em 1979 que esta comunidade passou a fazer parte da minha vida. Tenho estado envolvido em diferentes projectos educativos que envolvem esta população crioula. Actualmente apoio a Biblioteca António Ramos Rosa no Bairro da Cova da Moura (Moinho da Juventude) na promoção do livro e da leitura. O Crioulo fui aprendendo ao longo da vida, comunicando. O meu grande mestre é o Lalaxu (Horácio Santos), homem do teatro e da tradição oral de Cabo Verde.
3 – O livro “Pinok e Baleote” tem alguma coisa a ver com a sua vida?
Talvez o livro tenha começado mesmo na ilha do Fogo, quando vi uns meninos da vossa idade a pescar albacoras no pontão do porto de Vale de Cavaleiros; faziam exactamente o que eu tinha feito em criança lá no Sul de Portugal: pescar!
Há quem diga que Djon, o Pinok é muito parecido comigo...
4 – Gosta mais de inventar e escrever histórias ou de as ilustrar?
Gosto mais de as escrever... sou muito preguiçoso na ilustração. Ao princípio demoro, mas depois o lápis começa a trabalhar sozinho fazendo surgir no papel as imagens da história. No final fico feliz com a obra feita.
5 – Há quantos anos escreve? Tem outra profissão?
Comecei a escrever no meu primeiro ano! Eh!Eh!Eh!
A minha formação inicial é em Pintura, algo que gosto muito de fazer em silêncio.
6 – Como nasceu o seu gosto pela escrita?
Aprendi a gostar da escrita quando quis inventar histórias novas. O meu Avô e o meu Pai já tinham esgotado os seus reportórios: o melhor era ser eu a inventar histórias novas. Gostava de fazer rir os meus colegas de escola com as minhas histórias disparatadas. A professora de Português é que não achava piada nenhuma pois eu dava muito erros de ortografia....
7 – Em que se inspira para escrever?
Na Vida. José Gomes Ferreira (um grande escritor Português) dizia a propósito do seu herói “João sem medo” que ele “tinha espanto de viver”... acho que eu também sou assim.
Poderás ler a entrevista na íntegra no próximo nº do jornal da Escola, “Gente em Acção”. Aproveitamos para agradecer ao autor que acedeu de tão bom grado em nos responder.
2 comentários:
Um abraço para todos os alunos/as que elaboraram a entrevista. Boas leituras!
EStes slides ficam excelentes e enriquecem ainda mais o trabalho realizado com e pelo autor.
Parabéns!
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