29/11/2009

Do encontro com o autor Miguel Horta

No dia 27 de Outubro fomos à Biblioteca Municipal conhecer melhor um autor do qual apenas tínhamos lido duas obras (“Pinok e Baleote” e “Dacoli e dacolá”). Miguel Horta respondeu com simpatia à nossa curiosidade que era grande (as perguntas eram muitas…) Fica aqui no nosso blogue um excerto da entrevista que os alunos do 6ºA e 6ºB lhe fizeram:

1 – Miguel Horta é o seu verdadeiro nome ou é um pseudónimo?
É mesmo o meu nome verdadeiro: Horta, de hortaliça...

2 – Nasceu em Cabo Verde ou tem ligações a esta terra? Onde aprendeu crioulo?
Desde a minha ida à Republica de Cabo Verde em 1979 que esta comunidade passou a fazer parte da minha vida. Tenho estado envolvido em diferentes projectos educativos que envolvem esta população crioula. Actualmente apoio a Biblioteca António Ramos Rosa no Bairro da Cova da Moura (Moinho da Juventude) na promoção do livro e da leitura. O Crioulo fui aprendendo ao longo da vida, comunicando. O meu grande mestre é o Lalaxu (Horácio Santos), homem do teatro e da tradição oral de Cabo Verde.

3 – O livro “Pinok e Baleote” tem alguma coisa a ver com a sua vida?
Talvez o livro tenha começado mesmo na ilha do Fogo, quando vi uns meninos da vossa idade a pescar albacoras no pontão do porto de Vale de Cavaleiros; faziam exactamente o que eu tinha feito em criança lá no Sul de Portugal: pescar!
Há quem diga que Djon, o Pinok é muito parecido comigo...

4 – Gosta mais de inventar e escrever histórias ou de as ilustrar?
Gosto mais de as escrever... sou muito preguiçoso na ilustração. Ao princípio demoro, mas depois o lápis começa a trabalhar sozinho fazendo surgir no papel as imagens da história. No final fico feliz com a obra feita.

5 – Há quantos anos escreve? Tem outra profissão?
Comecei a escrever no meu primeiro ano! Eh!Eh!Eh!
A minha formação inicial é em Pintura, algo que gosto muito de fazer em silêncio.

6 – Como nasceu o seu gosto pela escrita?
Aprendi a gostar da escrita quando quis inventar histórias novas. O meu Avô e o meu Pai já tinham esgotado os seus reportórios: o melhor era ser eu a inventar histórias novas. Gostava de fazer rir os meus colegas de escola com as minhas histórias disparatadas. A professora de Português é que não achava piada nenhuma pois eu dava muito erros de ortografia....

7 – Em que se inspira para escrever?
Na Vida. José Gomes Ferreira (um grande escritor Português) dizia a propósito do seu herói “João sem medo” que ele “tinha espanto de viver”... acho que eu também sou assim.

Poderás ler a entrevista na íntegra no próximo nº do jornal da Escola, “Gente em Acção”. Aproveitamos para agradecer ao autor que acedeu de tão bom grado em nos responder.




24/11/2009

Uma Visita no São Martinho

No dia 11 de Novembro, precisamente o dia de São Martinho, a Biblioteca Escolar recebeu a simpática visita dos alunos do Jardim-de-Infância e da Escola do 1º Ciclo de Fratel que connosco vieram celebrar o São Martinho. Recebemo-los com uma visita ao recém-inaugurado Centro Escolar do 1º Ciclo que eles gostaram muito de conhecer. Por volta das 10.30h iniciámos as actividades aqui na Biblioteca. Contámos uma história interactiva de um gato muito travesso que se intitula: “É tão injusto!” de Pat Thomson e Jonathan Allen, da editora Gatafunho. Todos os presentes participaram nesta história com as suas vozes e energia. Depois realizaram, os alunos mais velhos, um pequeno trabalho escrito, divertido, sobre esta história e os mais novos pintaram o gato travesso. Fomos então, por volta das 11.30h, explorar na sala TIC, com o apoio imprescindível do professor Helder, a Biblioteca dos Livros Digitais, onde pudemos ouvir algumas histórias aí disponíveis.
Pensamos, pela animada participação dos alunos, que foi uma manhã bem passada. Á tarde houve jogos tradicionais, castanhas e outras actividades. Esperamos que tenham tido um bom dia de São Martinho.

A equipa da Biblioteca Escolar


22/11/2009

ENCONTRO COM O ESCRITOR MIGUEL HORTA

Num projecto de colaboração da Biblioteca Municipal de Vila Velha de Ródão com a Biblioteca Escolar do Agrupamento e no âmbito do Plano Nacional de Leitura, os alunos do 4º, 5º e 6º Anos, contactaram o escritor e ilustrador Miguel Horta, no passado dia 27 de Outubro, o dia em que, em Portugal, se comemora precisamente o Dia Internacional da Biblioteca Escolar.
Sendo este um autor com obras recomendadas pelo PNL e um animador do IPLB, na área do Livro e da Leitura, à partida revelou-se uma excelente oportunidade para a motivação dos alunos à leitura.
A Biblioteca Municipal adquiriu as suas obras: “Pinok e Baleote” e “Dacoli e Dacolá” que, disponibilizadas à Escola previamente foram lidas pelos alunos envolvidos nesta actividade. A turma do 4º Ano leu a obra no espaço de leitura da sala de aula; a turma do 5ºA no espaço semanal de leitura orientada do PNL, na Biblioteca da Escola e as turmas do 6º A e B, no Estudo Acompanhado e Área de Projecto também na Biblioteca Escolar. Os alunos realizaram ainda uma pesquisa prévia sobre dados biográficos do autor e elaboraram uma série de questões que lhe colocaram durante o encontro na Biblioteca Municipal.
Este encontro com o escritor Miguel Horta decorreu com bastante interactividade pois este era extremamente bem disposto e comunicativo. Houve grande curiosidade por parte dos alunos que lhe colocaram muitas questões a que ele respondeu sempre com satisfação. Para além de conversar com os alunos sobre as obras que elaborou, leu-lhes vários poemas da sua autoria (e não só…) que foram bastante aplaudidos pelos presentes. Falou-lhes também da importância da leitura e da escrita e da relação destas com o sucesso que poderão alcançar na escola.
Foi uma tarde bem passada, na presença de um autor que vale a pena conhecer melhor e ficamos com muita curiosidade quanto às novas obras que ele irá publicar (esperemos que muito em breve!)

A Equipa da Biblioteca Escolar

PINOK E BALEOTE


Este livro de Miguel Horta fala-nos de um menino chamado João que vivia em Cabo Verde e era conhecido como Pinok porque, tal como o personagem Pinóquio, era muito mentiroso. Mas Pinok não se achava mentiroso, pensava era que tinha muita imaginação. Ora naquele tempo só havia uma televisão na ilha, na casa de Nhu Fininho onde se reuniam todos os moradores para ver a telenovela brasileira “D. Xêpa”. Pinok que estava com muita vontade de ver a novela disse que o avião que trazia a cassete com os novos episódios da novela vinha mais cedo. Em breve alastrou-se o boato e qual não foi o espanto de Nhu Fininho quando viu toda aquela gente à sua porta para assistir à telenovela. Até o Pinok lá estava! Tinha caído na sua própria mentira. Pinok tinha um cantinho secreto onde costumava pescar depois das aulas. Um dia ele chegou ao seu cantinho e ouviu um som muito estranho que vinha das águas. Era uma baleia bebé que estava presa na enseada. Nem imaginam o susto que Pinok apanhou. Para além de ser um animal de grande porte, ainda por cima falava! Mas vendo que Baleote se encontrava presa, prestou-se logo a ajudá-la. Baleote agradecido, antes de partir, disse que iriam ficar para sempre amigos. Quando Pinok chegou a casa, contou a sua mãe Tareza. Mas ela não acreditou porque já estava habituada às mentiras do Pinok e pensou que se tratava de mais uma. Pinok, aproveitando a hora da redacção na escola, resolveu contar a sua aventura. A professora, a irmã Matilde, achou que Pinok estava cada vez pior. No recreio os amigos troçavam dele e chamavam-lhe “Pinok e Baleote”. O tempo foi passando ater que um dia Baleote voltou a aparecer. Vinha para avisar o seu amigo que ventos e fortes chuvas se aproximavam da ilha e que todos deviam tomar cuidado e abrigarem-se. Pinok tentou imediatamente avisar o pai e os outros pescadores mas eles não acreditaram nele. Nessa noite o que Baleote previra aconteceu e uma valente tempestade desabou sobre a ilha. Passaram-se alguns meses e Baleote voltou a aparecer na enseada. Pinok contou-lhe que ninguém tinha acreditado nele. Baleote disse-lhe, então, que o ia ajudar e que desta vez Pinok só tinha que avisar os pescadores que um grande cardume de atuns se aproximava. Desta vez Pinok foi calmamente avisar o pai. Todos juntos meteram-se nos barcos à procura do cardume de atuns. Quando se encontravam já um pouco desanimados eis que lé surgiu o cardume. Os pescadores regressaram nesse dia a terra com os barcos a abarrotar de peixe e todos contentes. Mas apesar de tudo isto ainda nem todos acreditavam em Pinok. Passado algum tempo Baleote voltou a surgir na enseada para avisar Pinok que o vulcão da ilha iria brevemente entrar em erupção. Pinok correu a avisar o seu pai e desta vez todos o escutaram com atenção e tomaram precauções. Passado o perigo todos quiseram conhecer Baleote para lhe agradecer. Baleote concordou em se encontrar com eles e ao mesmo tempo apresentou os seus pais. Estes fizeram aos pescadores um pedido de ajuda: havia um grupo de marinheiros, caçadores de baleias que os perseguiam. Os pescadores concordaram em ajudar e foram tentar convencer os marinheiros para que eles deixassem de caçar as baleias mas os marinheiros não lhes deram importância. Foi então que Baleote e os seus pais, a um sinal dos pescadores, apareceram e atraíram os marinheiros para uns recifes negros, escondidos pela maré que rasgaram a embarcação. Imediatamente o barco começou a afundar-se e os tubarões gulosos começaram a aproximar-se. Foram as baleias que puseram a salvo os marinheiros. Em memória daquela aventura, ficaram os restos do baleeiro a servir de aviso aos caçadores de baleias. E a própria aldeia mudou de nome para “Calheta da Baleia”.


Texto colectivo elaborado pelo 5ºA

DACOLI E DACOLÁ




“Dacoli e Dacolá” é um excelente livro de um escritor chamado Miguel Horta que relata sete histórias passadas em Portugal, ao longo de vários espaços por onde o autor deve ter viajado.
Em cada história existe uma mensagem que nós iremos descobrir lendo as histórias que aqui são contadas.
As histórias que este livro contém são: “Eu quero é ir à terra!” (fala-nos de um menino da cidade, Daniel, que tinha um colega de carteira, o João que era de Canas de Senhorim, uma terra longe de Lisboa e da inveja que o Daniel sentia sempre que o amigo lhe contava o que fazia nessa terra distante); “A menina que escutava as pedras”(é uma história engraçada sobre uma menina que faz anos, a Mariazinha e nesse dia insiste com o pai, que estava mais interessado no jogo de futebol, em ir visitar umas antas); “Não há fumo sem fogo” (é a história de uma menina chamada Lídia, que como estava apaixonada pegava fogo); “Os dragões das furnas”; “Os dois fantasmas” (história engraçada de um menino que ajuda dois fantasmas a ler os livros infantis que não tiveram tempo de ler quando eram crianças); “Carminho” (conta-nos sobre uma menina que perdeu o pai mas fez amizade com outro adulto, namorado da mãe) e “João sem memória”.
De todas as histórias que eu li a que mais gostei foi “Os dragões das Furnas” porque conta-nos em forma de lenda o nascimento do dragoeiro, uma árvore que cresce principalmente nos Açores e que, no passado, era muito utilizada para a tinturaria. Esta história passa-se no século XV durante a descoberta e povoamento destas ilhas.
João Ricardo Gouveia, 6ºA